Escrever com o objetivo de traduzir pensamentos nem sempre torna-se uma tarefa fácil. Escrever procurando traduzir observações de sete anos de trabalho é sinônimo de ousadia e loucura. E tentar traduzir de forma escrita observações de sete anos de trabalho em Reequilíbrio Somato Emocional é total insanidade. Portanto, me perdoem esta minha tentativa transloucada. Mas, como já dizia o poeta: “de perto ninguém é normal”. Com Reequilíbrio Somato Emocional aprendi que de longe também não.

Observo, em meus pacientes, que 95% deles não desejam realizar
mudança alguma em suas vidas. Ou melhor, buscam sim uma mudança. No “outro”. O
“outro” sempre é o responsável por seus tormentos, dificuldades, conflitos. E
claro, pensando desta forma, a solução para seus problemas está também no
“outro”, o “outro-terapeuta”. Estas pessoas buscam o resultado do lado de fora,
na “pílula-azul-milagrosa” que a Medicina oferece. Aliás, é por conta disso que
a Medicina continua inabalável em nossa cultura. Ela oferece o que dela
esperam. Em outro prisma, surge a Psicologia. A figura do psicólogo aparece
como aquele que ouve os problemas, orientando, direcionando e os solucionando.
Total transferência, contestada, mas aceita, se é que me entendem. Reequilíbrio
Somato Emocional não oferece nada disto. Oferece sim, a oportunidade do ser
humano se redescobrir, se tocar e se deixar tocar, entrar em contato consigo
mesmo, de se investigar, se reencontrar e, a partir daí, por si só, realizar ou
não as mudanças necessárias à sua vida, tendo total responsabilidade sobre seus
atos e seu contexto, com livre e absoluta escolha.
Desta forma, pode-se concluir a dificuldade que encontram os 5% dos
pacientes que desejam realizar mudanças em suas vidas. Muitas vezes esses
pacientes conseguem atingir um nível mais elevado de consciência através do
tratamento e vislumbram uma necessidade de mudança, porém falta-lhes, ainda, a
coragem necessária. Para eles, é como se o “céu” estivesse inatingível naquele
momento, apesar de ser este o objetivo. E o “inferno”, situação anterior de
vida, não lhes servisse mais. Ficam a espera no limbo de suas consciências, até
que este incômodo os façam dar o próximo passo. Ou não...
Costumo fazer uma
analogia para explicitar esta dificuldade de
mudança. Imaginemos uma mudança de domicílio. Para realizá-la é preciso
promover uma desordem dos utensílios da casa para os alocar em recipientes ou
caixas para o seu transporte. Neste momento costuma-se encontrar objetos muitas
vezes há muito tempo não manuseados, de difícil acesso, ou ainda que não se
imaginava mais existir. Invariavelmente ocorrem questionamentos do porque de se
guardar estes objetos por tanto tempo e alguns optam por não transportá-los
para a nova residência. Outros, resolvem, por apego ou vínculos emocionais,
continuar os mantendo consigo, mesmo que não sendo mais utilizados. Tudo
encaixotado, o transporte é realizado para a nova casa. Quando as caixas são
depositadas, quase sempre sem nenhuma ordem e organização dentro do novo
domicílio, a pessoa depara-se com um cenário de “caos”. O desespero quase
sempre é a emoção encontrada. Como arrumar toda essa bagunça? Será que consigo
algum dia? Por que resolvi me mudar? São as perguntas mais freqüentes nesta
hora. É preciso, neste momento, tranqüilidade, maturidade e coragem para, com
tempo, sem pressa ou cobranças, ir arrumando os objetos em seus devidos
lugares, fazendo novamente escolhas sobre o que serve ou não, colocando a casa
ordenada, em harmonia, de acordo com as necessidades de quem ali mora.
Em nossas vidas é exatamente assim que ocorre. Nossa casa maior é nosso corpo, nossa alma. Os “objetos”, são nossos pensamentos, nossos padrões de pensamento, nossas emoções, gravadas à ferro e à fogo em nossas células. Pois tomando consciência destes “objetos” que carregamos, podemos fazer escolhas sobre o que manter ou não. Sem dúvida é um processo doloroso, se forma o “caos” interno, porém não menos estruturante. Na hora em que o paciente sente desespero, em que surgem dúvidas e conflitos, se faz necessária a figura do terapeuta. Este é um dos maiores desafios, o de estimular a coragem no paciente, dando-lhe confiança num momento tão delicado, em que a lagarta pode se transformar em borboleta, conscientizando-o do processo, lembrando sempre, que as escolhas serão sempre as dele, sem interferências. Não serão boas, nem más, serão as que ele, paciente, teve a condição de tomar.
Este não é o resumo dos anos de trabalho que possuo em Reequilíbrio
Somato Emocional. Mas considero a exposição do que considero a cerne do desafio
maior que é o de promover mudanças em seres humanos os quais atendo. Estimular
a “alquimia terapêutica”.
Fonte: Dr. Gontran de C. Neto
Acho o RSE interessante para nossa vida hoje, pois temos muitas crenças que recebemos de outros, familia, amigos e que na verdade não fazerm parte de nos, mas ao mesmo tempo não conseguimos nos livrar delas, e somente com tratamentos alternativos, que acredito que o RSE seja um alternativo, podemos conseguir mudanças em nosso interior.
ResponderExcluirPsarabens e sucesso.
Nós temos que ter CORAGEM de mudar!!! CORAGEM de rever nossos paradigmas, nossas crenças e regras da sociedade!!!
ResponderExcluirRSE faz você refletir sobre tudo que lhe compõe! Conheça...
Beijos.
Muito profundo este texto.Sabemos que racionalmente deveria e deve ser assim,mas emocionalmente as atitudes são mais complexas.Devemos sempre estarmos nos policiando,para que nosso emocional esteja cada vez melhor.O equilibrio é a melhor saída desde que o paciente esteja consciente e com predisposição.Sucesso.
ResponderExcluirA Palavra Mudança gera desconforto, principalmente quando impregnados de conceitos e valores pré estabelecidos e padroes morais formados.
ResponderExcluirO que e mudanca ???
ResponderExcluirPenso ser algo que ja detectamos como limitacao...aceitamos...e ai sim ...estamos aptos a rever...para mudarmos !!!
Sim... Primeiro nos encomoda, depois analisamos, após isso temos a pré- disposição para mudarmos!!!
ResponderExcluirE nada como a CORAGEM para haver essa mudanças, sem isto, NADA FEITO! rs